4 de dezembro de 2010



O cais ondula com a maré inquieta. A noite, invariavelmente fria, invade-nos as mãos e a parte do rosto que não está a sonhar. Atrás de nós está uma cidade que se prepara para retomar o seu lugar dentro do seu búzio. A cidade é uma pérola, pois. Fomo-la beber como dois estranhos e encantamo-nos com a música que primeiro foi silêncio e depois veio atrás de nós dizer-nos que afinal o mundo não é assim tão grande e que foi criado para que nos encontrássemos.
O cais ondula com a maré inquieta e cala a chuva fina, talvez por isso parece não haver mais ninguém. Apenas uma máquina capaz de nos aquecer o cansaço. Um chocolate quente instantâneo. Naquele contexto o melhor chocolate quente do mundo. Nosso. E depois as nossas histórias, cada uma com a sua margem de tristeza e alegria. Até chegar à hora do barco dizer que um cais não serve de casa para nenhum sonho. Que pena.

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