vê-se o nome da ilha
na luz que
procura o outro lado do horizonte
na fragilidade
do tempo
que escorre com
o silêncio do nosso caminho
nesse instante
em que o mundo
parece somente o
lugar donde nos vemos
sem sombra que
nos prolongue
nem voz que nos
ecoe
ao anoitecer
vê-se o nome da ilha
é esse o
mistério que deixamos para mais tarde dissolver
não um nome como
uma concreta pedra
pesando o seu
significado
mas uma flor a
quem não importa a palavra
por ter na sua
ideia a mais alta cor do mundo
por conter a
doçura intacta da pureza
ao anoitecer
vê-se o nome da ilha
e é um contorno
breve de uma ternura que nos espera
tão perto tão
acessível tão formosa
como a manhã que
se seguirá
para nos lembrar
que o nosso corpo pesa
porque deixamos a
tristeza ocupar o seu espaço
e prolongamos
dentro de nós o ruído do cansaço
ao anoitecer vê-se o nome da ilha
reparemos
está lá como um coração
pulsando o primeiro beijo
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