25 de março de 2008

esta noite se pudesse reparava os meus erros
perdia todas estas manhãs que entretanto se passaram

e dava tudo tudo tudo tudo o que julguei ter ganho

só para vos ver adormecer outra vez

21 de março de 2008

poema com imagem que não tem nada a ver (ou tem?)


Blur
deixado cá por Javali do Deserto.
não importa a cidade a aldeia ou
o buraco no chão

não importa a estação a manhã a tarde
a noite ou a hora apagada

não importa a corda a boneca de trapos
a roda da bicicleta a bicicleta a bicicleta sem roda

não importa os pais a mãe sem pai o pai sem mãe
os pais sem pai nem mãe

não importa a língua o silêncio o grito
o choro o assobio a canção

não importa o canteiro a jarra o saco de sementes
o vaso o jardim a terra a pedra o céu

que as crianças hão de florir de qualquer maneira




para o pepe

7 de março de 2008








quero dar-te a mansarda do meu poema
por onde possas ver o fim do dia
no ângulo mais doce da palavra

e perceber como todos os pássaros 
passam pelo seu coração
e deixam alguma doçura intacta
sobre o silêncio