um instante feliz (como num instante de cartier-bresson)
um instante de luz preso à bicicleta que acorda a manhã
sou eu que me prendo à retina das coisas transparentes
sou eu que reconheço os contornos das primeiras coisas
é a mim que se atam os diademas das palavras felizes
é a mim que a poesia vem dizer onde está a tristeza
para não voltarmos a essa casa a essa colina de sede
desde que encontrei a tua boca rescrevendo o tempo
um tempo que não há noutro lugar nem noutro afecto
como se soubesses a exacta medida em que se ama
ou por que asa se erguem os carinhos sobre o amor
um instante feliz asilado no ventre das nossas mãos
como uma moeda para pagar a felicidade do mundo
um instante de luz que nos compense da escuridão
com que os sonhos se lançam para os nossos olhos
3 comentários:
Amigo, a tua poesia encanta-nos. Esperamos todos por mais!
Um abraço1
Parabens Daniel....a tua inspiração ultrapassa-nos a nós simples mortais.
É a pureza nas palavras que transmites na ponta dos dedos.
Agradeço a partilha. Saio daqui com uma lufada de ar fresco no coração.
Que bela homenagem a Bresson!
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