18 de novembro de 2007

Vou fechar os meus olhos neste instante: dói-me o corpo de não te ter. Dói-me a chuva de haver sede neste espaço onde habitamos os dois: o espaço de haver flores para cada um dos nossos pensamentos e alguns bancos onde sentarmos as nossas promessas, como um jardim a quem apenas se tiraram os pássaros, porque esses, são muito mais livres que qualquer palavra, mesmo que um poema uma mão como esta os chame, os desenhe, os risque, os invente...
sei que estás no meu coração
és a flor que me traz de volta
o cheiro da nossa infância

porque és o eterno carinho
(uma beleza impossível de decifrar)

porque tens a delicadeza
impressa no teu silêncio

porque vens com a tua boca doce
chamar o nome com que o amor
se disfarça na noite eterna

não é preciso perceber islandês para sonhar

não é preciso nem uma palavra sequer
para a paz nos surpreender
e a emoção completa

a música perfeita da delicadeza
e os gestos enternecidos da
beleza

não é preciso quase nada para sermos
felizes:

basta partilharmos



(para a maria clara do vale)

ESTA NOITE SONHEI CONTIGO


esta noite sonhei contigo 
e foi esta música tatuada nas minhas mãos
que mo disse

esta noite sonhei contigo
e amei o lado luminoso desse carinho

a forma como desqueci toda a distância 
deste mundo silente


um poema para os bons e maus pec(boc)ados






um poema pode dizer um momento
um bom ou mau pecado

um poema pode dizer uma vida
um bom ou mau bocado

um poema pode dizer tudo
mas um livro diz sempre muito mais

um livro diz todos os segundos
os bons e os maus segundos

um livro diz a vida toda
a boa e a má vida (que é sempre bela)
que as mãos levam
tentando escrever
a desmesura da sede






para o joão ricardo lopes

15 de novembro de 2007

Não me esqueço de ti porque respiro. Porque olho para dentro de mim e cada uma das árvores que me segura neste chão sabe o teu nome, como fotossíntese da luz do silêncio.




I'm glad you are a girl
I'm pleased to know you
I like you for you
I'm happy you're growing up

Reach and you won't lose me
Destroy the objective, but still sur- vur- vive
You are angry and that's okay

Forgetful or pretending
Tired, ill, or angry, or cold
More assured of what to do
But I do care for you (What a beautiful gift for me ?)

Reach and you (rejection?) won't lose me
Destroy the objective, but still survive
You are angry and that's okay ... yes
I am not afraid of your anger
What do you need? What do you want?
I love you and I know that you can figure it out




pode uma música ser mais bela?

3 de novembro de 2007




O MEU JARDIM DE ROSAS (poema com paul klee sobre os olhos)


quando acordar e for esse o dia de morrer
hás-de ser tu o meu jardim de rosas