27 de dezembro de 2009
26 de dezembro de 2009
17 de dezembro de 2009
29 de novembro de 2009
12 de novembro de 2009
5 de novembro de 2009
24 de outubro de 2009
Ut liceat nobis tota perducere uita
aeternum hoco sanctae foedus amicitiae.
e que nos seja dado, a vida inteira, sempre
este pacto viver de amor sagrado.
(Catulo)
e se não tenho mais nada
que tenha ao menos
esta palavra
guardada como o único beijo
que sobrou do silêncio
uma palavra como um
gerânio
contra toda a ferocidade
do inverno
uma palavra: o teu
nome
16 de outubro de 2009
1 de outubro de 2009
o vestido que trazes está gasto como o nome que deste ao amor
saqueado como o chão da seara depois da fermentação do verão
inútil como uma palavra à roda de um poema que não se iluminou
o vestido que trazes arruinou a sua bainha e desfiou-se a chorar
parece um jornal amarrotado uma película translúcida de silêncio
deixando ver as feridas nos joelhos o coração resistindo ao vento
passou de moda porque deixaste de te despir com a luz acesa
e o espelho já não alcança a parede onde havia um outro retrato
já não te serve porque esqueceste de mudar a água aos girassóis
e agora há uma escuridão que se enovela à volta da tua tristeza
pesando sobre os teus olhos como uma pedra tirada a um poço
ou uma música de embalar de onde se perdeu a letra e o sonhar
o vestido que trazes está perfumado de pérolas que se partiram
num excesso das sombras que musicam a vaivência da solidão
e como uma vinha a quem se arrancou o chão antes da vindima
pareces-me abreviada despida exangue impossível descosturada
28 de setembro de 2009
o vestido que trazes está gasto como o nome que deste ao amor
saqueado como o chão da seara depois da fermentação do verão
inútil como uma palavra à roda de um poema que não se iluminou
o vestido que trazes arruinou a sua bainha e desfiou-se a chorar
parece um jornal amarrotado uma película translúcida de silêncio
deixando ver as feridas nos joelhos o coração resistindo ao vento
passou de moda porque deixaste de te despir com a luz acesa
e o espelho já não alcança a parede onde havia um outro retrato
já não te serve porque esqueceste de mudar a água aos girassóis
e agora há uma escuridão que se enovela à volta da tua tristeza
pesando sobre os teus olhos como uma pedra tirada a um poço
ou uma música de embalar de onde se perdeu a letra e o sonhar
o vestido que trazes está perfumado de pérolas que se partiram
num excesso das sombras que musicam a vaivência da solidão
e dói como dói
o vestido que trazes está gasto como o nome que deste ao amor
saqueado como o chão da seara depois da fermentação do verão
inútil como uma palavra à roda de um poema que não se iluminou
o vestido que trazes arruinou a sua bainha e desfiou-se a chorar
parece um jornal amarrotado uma película translúcida de silêncio
deixando ver as feridas nos joelhos o coração resistindo ao vento
passou de moda porque deixaste de te despir com a luz acesa
e o espelho já não alcança a parede onde havia um outro retrato
já não te serve porque esqueceste de mudar a água aos girassóis
e agora há uma escuridão que se enovela à volta da tua tristeza
pesando sobre os teus olhos como uma pedra tirada a um poço
24 de setembro de 2009
DIA UM:
o vestido que trazes está gasto como o nome que deste ao amor
saqueado como o chão da seara depois da fermentação do verão
inútil como uma palavra à roda de um poema que não se iluminou
o vestido que trazes já não é teu há tanto tempo que o seu pretérito
é mais perfeito que a primeira vez que deixaste de ser transparente
DIA DOIS:
o vestido que trazes está gasto como o nome que deste ao amor
saqueado como o chão da seara depois da fermentação do verão
inútil como uma palavra à roda de um poema que não se iluminou
o vestido que trazes arruinou a sua bainha e desfiou-se a chorar
parece um jornal amarrotado uma película translúcida de silêncio
deixando ver as feridas nos joelhos o coração resistindo ao vento
passou de moda porque deixaste de te despir com a luz acesa
e o espelho já não alcança a parede onde havia um outro retrato
21 de setembro de 2009
17 de setembro de 2009
10 de setembro de 2009
9 de setembro de 2009
5 de setembro de 2009
14 de agosto de 2009
Será lançado, durante o 25º Festival Maré de Agosto, o livro de fotografia de Pepe Brix e de poesia de daniel gonçalves. São 30 fotos de uma exposição sobre a Europa de Leste e poemas inspirados por esses lugares. Uma edição Labirinto. O lançamento ocorrerá dia 21 de Agosto na Ermida de Santo Amaro, Ilha de Santa Maria.
é uma viagem que não sabes como deflagrou
um espaço imenso à tua volta
que te incendeia os sentidos
fotografias que estão do outro lado do espelho
e uma música que solta a bombordo da tua alma
o pedaço de silêncio que te faltava
são sobretudo as palavras que te minavam as mãos
se quisesses mostrar o teu coração a alguém
e uma conta infinita de sonhos
cada um deles como uma árvore acabada de florir
(para adquirir o livro visite a casa da editora Labirinto, aqui)
21 de julho de 2009
http://poemasvestidos.blogspot.com
um abraço, daniel.
16 de julho de 2009
13 de julho de 2009
9 de julho de 2009
Whatever I see I swallow immediately
Just as it is, unmisted by love or dislike.
I am not cruel, only truthful ‚
The eye of a little god, four-cornered.
Most of the time I meditate on the opposite wall.
It is pink, with speckles. I have looked at it so long
I think it is part of my heart. But it flickers.
Faces and darkness separate us over and over.
Now I am a lake. A woman bends over me,
Searching my reaches for what she really is.
Then she turns to those liars, the candles or the moon.
I see her back, and reflect it faithfully.
She rewards me with tears and an agitation of hands.
I am important to her. She comes and goes.
Each morning it is her face that replaces the darkness.
In me she has drowned a young girl, and in me an old woman
Rises toward her day after day, like a terrible fish.
4 de julho de 2009
26 de junho de 2009
14 de junho de 2009
28 de maio de 2009
a cidade faz-se de subterrâneas noites
suturando as partes desavindas da arquitectura
a cidade faz-se de candeeiros desabrigados
fingindo uma sombra sobre a solidão das horas
a cidade faz-se de palavras reservadas
aguardando a olorosa inquietação dos poetas
a cidade faz-se de escadas cambaleantes
abrindo um pórtico no chão do silêncio
20 de maio de 2009
19 de maio de 2009
17 de maio de 2009
16 de maio de 2009
Staring at a ceiling full of stars
When it suddenly hit me
I just have to let you know how I feel
We live together in a photograph of time
I look into your eyes
And the seas open up to me
I tell you I love you
And I always will
And I know that you can't tell me
And I know that you can't tell me
So I'm left to pick up
The hints, the little symbols of your devotion
So I'm left to pick up
The hints, the little symbols of your devotion
I feel your fists
And I know it's out of love
And I feel the whip
And I know it's out of love
I feel your burning eyes burning holes
Straight through my heart
It's out of love
It's out of love
I accept and I collect upon my body
The memories of your devotion
I accept and I collect upon my body
The memories of your devotion
I feel your fists
And I know it's out of love
And I feel the whip
And I know it's out of love
I feel your burning eyes burning holes
Straight through my heart
It's out of love
It's out of love...
14 de maio de 2009
há um caminho que nos faz acreditar
que nenhum esforço é vão
que todos os passos nos levam a um outro abraço
sempre maior
ou a outra fonte
onde a sede se apaga
como uma criança que adormece no meio do choro
há um caminho que espera por nós
e se faz dos nossos sonhos
enquanto estamos parados no meio do inverno
com as mãos frias e o coração fechado
como um ninho de melros à espera de outra canção
eu sei que a primavera é pontual como toda a manhã
e que não se importa com quantas árvores
o mundo a espera
mesmo que chova e que num ou noutro andamento
pareça que mova o mundo de lugar
(ensaio para um pensamento sobre a primavera)
10 de maio de 2009
2 de maio de 2009
27 de abril de 2009
Obrigado pelo amável interesse no meu livrinho "casadescrita"... fico feliz por saber que há alguém desse lado. Partilho convosco, um dos textos:
a casa escrita
a casa escrita
abre a sua grande janela
musical
deixa volutear as suas cortinas
brancas
como a orla de uma dança
cristalina
e chama as cotovias
a água primordial
do dia
o gato azul
para se sentar
no colo do poeta
24 de abril de 2009
15 de abril de 2009
talvez seja verdade que os pássaros morrem longe
que ninguém os vê abraçarem a eternidade
e largarem as asas para tomarem uma palavra
uma gota comunicante com a orla do infinito
talvez seja verdade que tudo o que basta é uma janela
um outro lado para onde possamos olhar
um espaço onde a luz ainda é feita a partir da paz
ou de outra qualquer forma encontrada com a manhã
talvez seja verdade que temos as mesmas asas dos pássaros
e que podemos ficar tão sós que nem a morte nos reconheça
tão inteiros como nenhuma outra árvore
tão sinceros como nenhum outro poema
todos os artistas criam
obras de arte
cânticos
bordados
peças tiradas à boca dos pássaros
brancura intacta de deus
a pedra crescente
um corpo imenso ocupando o silêncio
tecidos escritos à mão
e outras asas para prender o desejo
de ver tudo
todos os artistas criam
obras de arte
mas é tão pequeno este lugar
e ainda mais pequeno
o tempo que nos dão para amar o mundo
e todos os seus artistas
e todas as suas obras de arte