18 de janeiro de 2009




o tempo tem uma forma estranha de nos dizer
que estamos a mais num dado segundo

puxa-nos pela mão e afasta-nos violentamente das coisas que amamos
apaga-nos a música que estávamos ouvindo
o instante em que tudo parecia perfeito

e o sol no cume de novembro
mais doce que o primeiro amor

assim como quem nos bate com a porta na cara
de uma casa que sempre foi nossa
e que agora nem podemos ver de fora

assim como quem risca da nossa frente
o caminho que tínhamos escolhido

deixando tudo para trás: até o berlinde mais pequeno
até o berlinde mais gasto
rodando
rodando

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