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o tempo tem uma forma estranha de nos dizer
que estamos a mais num dado segundo
puxa-nos pela mão e afasta-nos violentamente das coisas que amamos
apaga-nos a música que estávamos ouvindo
o instante em que tudo parecia perfeito
e o sol no cume de novembro
mais doce que o primeiro amor
assim como quem nos bate com a porta na cara
de uma casa que sempre foi nossa
e que agora nem podemos ver de fora
assim como quem risca da nossa frente
o caminho que tínhamos escolhido
deixando tudo para trás: até o berlinde mais pequeno
até o berlinde mais gasto
rodando
rodando
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