15 de abril de 2009







talvez seja verdade que os pássaros morrem longe
que ninguém os vê abraçarem a eternidade
e largarem as asas para tomarem uma palavra
uma gota comunicante com a orla do infinito

talvez seja verdade que tudo o que basta é uma janela
um outro lado para onde possamos olhar
um espaço onde a luz ainda é feita a partir da paz
ou de outra qualquer forma encontrada com a manhã

talvez seja verdade que temos as mesmas asas dos pássaros
e que podemos ficar tão sós que nem a morte nos reconheça
tão inteiros como nenhuma outra árvore
tão sinceros como nenhum outro poema

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