28 de janeiro de 2009





há uma dor que atravessa os anos acumulados
a fome do tempo que nenhuma eternidade promete

uma ferida aberta aos sentidos deslocados
amplexos desfocados de sofrimento

e uma canção que dói
quando todas as outras já não suportam
terem sido um momento feliz

e uma canção que dói
como todos os gestos que já não cabem mais
nesse corpo que morre

tão devagar que dá para sentir
a sombra ondulante da morte se chegando

como as pétalas da primeira ovação
quando o mundo sabia o teu nome
como quem sabe os acordes de um verão quente


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