28 de janeiro de 2010



estou cansado como quem acabou de saber que tinha morrido
a vida toda nos meus braços e com ela
todo o tempo que podia ter sido

sento-me nos escombros da casa que não acabei
desfaço as mãos as palavras
agora que não preciso mais delas

se fosse possível adormecia ao contrário
prendia-me a um pássaro e ia cair longe
no meio de uma árvore incandescente

no entanto nada é fácil e tudo se avoluma
como uma tarde que está prestes a cair redonda em chuva

sento-me calo-me fumo um cigarro a meias com o silêncio
engasgo-me na tristeza e arrependo-me de ter envelhecido


3 comentários:

Anónimo disse...

Ola, Daniel. Este poema-desabafo traduz o meu estado de espírito neste momento. Sinto todo um cansaço de ser eu, de estar aqui. Um arrependimento por não ter aproveitado melhor todo o meu potencial. Arrependo-me de envelhecer, de não ter tempo. 1 beijo grande. Ana Lamego.

Sílvia disse...

Maninho querido! Cansaço em Santa Maria? Nããã! Pergunta-me como foi o dia e já estou sem tempo para te "confortar". O combóio não espera. Até logo!

su disse...

Concordo com a tua mana, cansado?? em Santa Maria????
não te agarres a uma vida que não queres por causa de um edificado...mas se a agarrares, por que razão for, vive sem arrependimentos e com a certeza de que a decisão foi tua e só tu a podes mudar........mas sem culpas, sem arrependimentos (esses corroem-nos).........:)