(no dia do meu aniversário)
caminho sozinho e encontro de frente todo o meu tempo gasto
o que choro de tristeza dá para molhar as calçadas todas das cidades do mundo
mas não estou infeliz
há apenas esta gota de revolta no algodão frágil da felicidade
a nódoa cinzenta de estar sozinho
no lugar que dá para a beleza das coisas mais doces
há apenas este silêncio semibreve como uma canção de inverno
trazendo frio aos pássaros e às pedras das margens do pensamento
há apenas esta solidão que fere e que me fecha a boca
a mesmíssima boca de onde esperas os meus beijos
e os meus poemas e as minhas promessas de amor
que dirás quando tudo se calar?
4 comentários:
Querido amigo, antes de mais, mil perdões por ter esquecido o teu aniversário!
Depois, os meus parabéns! Pela data, pela poesia, pelo prémio recente com que foste distinguido (e muito justamente, diga-se)!
A tua poesia, a que me faz pensar, a que embala, a que perfura, é uma dádiva, mesmo se por instantes possas lamentar que nela se prefigure «... apenas este silêncio semibreve como uma canção de inverno»!
Um abraço enorme para ti!
Olá!! Não sabia que o professor tinha um blog!
Adoro os poemas.
Sara Micaela
Daniel
E mais uma vez chego atrasada.
Desculpa. Mas... ainda venho a tempo de deixar um beijinho de parabéns, não é?
Votos que as palavras continuem a correr soltas e que possa ler muitos livros teus.
Beijo
I agree with you about these. Well someday Ill create a blog to compete you! lolz.
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