14 de março de 2010




há muito que eu não sou um corpo
sou uma ilha

e no centro de mim tenho um mar que se afunda
e me alisa o rosto

aos poucos vou encolhendo como um vestido
que se usou na comunhão solene

e não falta muito deixará de servir
e não falta muito será apenas uma recordação

muito antiga

4 comentários:

Lídia Borges disse...

São imagens de uma enorme beleza as que estas palavras me sugerem, ainda que apontem para a inóspita fugacidade do tempo...

L.B.

MArgarida disse...

olá!!

então como tens estado??

tou agora numa de tic a aproveitar o tempo em que estamos a "fazer nada".

bls da MAggie

Anónimo disse...

olá!!

então como tens estado??

tou agora numa de tic a aproveitar o tempo em que estamos a "fazer nada".

bls da MAggie

Anónimo disse...

"Naquele espaço da gaveta, dentro de um livro antigo, ainda mora uma frase. Frase inacabada. Inacabada e eterna. Frase eternamente inacabada. Frase sem saber o que é a eternidade, onde mora e quanto vive."
Vestidos eternos, apesar de encolhidos pelo passar dos dias e das noites.

Gostei muito.
1Abraço de Amizade,

Sandra