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encontrei finalmente o meu coração
não estava dentro do meu peito
batendo serenamente contra a morte
nem sequer no botão de rosa
fulgurosa metáfora de paixão
encontrei finalmente o meu coração
depois de tantas palavras a guardá-lo
e de todas as músicas que o encolheram
até não ser mais que uma estrela
com a sua infinita cintilação
encontrei finalmente o meu coração
e não era nada do que os poetas diziam
não era capaz de guardar a eternidade
quando muito um segundo incendiado
um momento tirado do ventre do verão
encontrei finalmente o meu coração
pintei-o de luz: um vermelho inviolável
uma centelha tirada do fundo da terra
depois estendi-o no meu colo deitei-lhe água
dei-lhe uma semente e envolvi-o em algodão
2 comentários:
Que germine e fortaleça a vida para muitos e belos poemas.
Inês
Obrigado Inês... só assim me fortaleço! :)
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