21 de fevereiro de 2009



encontrei finalmente o meu coração
não estava dentro do meu peito
batendo serenamente contra a morte
nem sequer no botão de rosa
fulgurosa metáfora de paixão

encontrei finalmente o meu coração
depois de tantas palavras a guardá-lo
e de todas as músicas que o encolheram
até não ser mais que uma estrela
com a sua infinita cintilação

encontrei finalmente o meu coração
e não era nada do que os poetas diziam
não era capaz de guardar a eternidade
quando muito um segundo incendiado
um momento tirado do ventre do verão

encontrei finalmente o meu coração
pintei-o de luz: um vermelho inviolável
uma centelha tirada do fundo da terra
depois estendi-o no meu colo deitei-lhe água
dei-lhe uma semente e envolvi-o em algodão



2 comentários:

Anónimo disse...

Que germine e fortaleça a vida para muitos e belos poemas.

Inês

daniel gonçalves disse...

Obrigado Inês... só assim me fortaleço! :)